quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não sei o que é pior: ter um candidato (a qualquer coisa) chamado Tiririca e fazendo uma campanha à sua altura; ou seus amigos acharem isso engraçado.
Depois de pensar quatro segundos inteiros, no entanto, concluo que a segunda parte é muito pior. Afinal, o Tiririca não teve estudo, instrução nem formação cultural.
Mas seus amigos tiveram. Seus amigos foram à escola, estudaram, aprenderam o que foi o AI-5 e viveram num país governado por uma junta militar. Seus amigos viram o movimento pró-Diretas, e lamentaram a morte do Tancredo. Seus amigos elegeram o Collor e suportaram o Itamar. E, por isso, não posso admitir que eles ainda achem graça numa aberração dessas.
Há programas humorísticos, standup comedy, boas comédias no cinema ou em DVD, blogs e alguns séculos de vídeos no YouTube. São várias opções para rir.
Só que quando você ri do horário político, não está percebendo que você é o motivo da piada.

Em tempos de culto ao bizarro, elogio ao grotesco e palmas para a sordidez, eleger quem zomba das próprias instituições – antes ainda de fazer parte delas – parece até natural.

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