sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Saúde diz que no 1º semestre transplantes têm aumento de 12,7%

O número de transplantes feitos no Brasil no primeiro semestre do ano teve um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2011, segundo balanço nacional divulgado pelo Ministério da Saúde, em Brasília, nesta quinta-feira (27/09), Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Ao todo, entre janeiro e junho deste ano, foram feitos 12.287 transplantes, contra 10.905 no mesmo intervalo de 2011. Entre o primeiro semestre do ano passado e o de 2010, foi registrado um acréscimo de 10% nessas cirurgias. Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a pasta considerava os transplantes autólogos (a partir da médula do próprio paciente). Neste ano, o levantamento só considerou o transplante de órgãos de outros pacientes. As operações de pulmão foram as que mais avançaram, chegando a dobrar na comparação com o ano passado. Em seguida, vêm as de coração (alta de 29%), medula óssea (17%), rim (14%), córnea (13%) e fígado (13%). Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ampliação da doação de órgãos se deve ao “sentimento e confiança que um conjunto da população brasileira passa a ter sobre o seu sistema nacional público de transplantes”. O ministro destacou que, além da manifestação do desejo da doação, é importante investir em equipes especializadas para fazer a captação dos órgãos. “É essencial uma equipe preparada para fazer captação, conversa com a família, a humanização para esclarecer a morte encefálica. Uma das estratégias fundamentais para isso é a estruturação das equipes. São profissionais capacitados que trabalham em hospitais de referência com capacidade de fazer esse contato, a busca ativa, a captação do órgão”, afirmou. O total de doadores no país também cresceu: 22%, passando de 997 no primeiro semestre do ano passado para 1.217 em 2012. Por região, três estados da Região Norte foram os que mais se destacaram no número de transplantes: o Acre lidera, com um aumento de 11 vezes, seguido pelo Amazonas (onde triplicou) e Pará (duplicou). Na sequência, aparecem Pernambuco (alta de 74%) e o Distrito Federal (76%). Em números absolutos, o estado de São Paulo lidera o ranking, com 4.754 transplantes realizados – a maior parte, de córnea. Depois estão Minas Gerais (1.097), Paraná (937), Rio Grande do Sul (777) e Pernambuco (767). Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes do ministério, foram feitas 7.777 cirurgias de córnea nos seis primeiros meses do ano, contra 6.891 no mesmo período de 2011. Durante esse tempo, alguns estados já eliminaram a lista de espera para esse transplante, como Acre, Paraná, Espirito Santo, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e São Paulo. Já as operações de rim somaram 2.689 no primeiro semestre, as de fígado chegaram a 801 e as de medula óssea, 862. De acordo com o ministro, o primeiro semestre deste ano registrou 12,8 transplantes por um milhão de habitantes. No mesmo período do ano passado, esse índice era de 11,2. “Uma coisa muito importante é mais uma vez detectarmos um aumento sustentável do numero de doação por milhão de habitantes”, afirmou. A meta de 12 doações por milhão de pessoas traçada para 2012, portanto, já foi alcançada. “Nós certamente nesse ano chegaremos a uma taxa de doação muito maior do ano passado, superando as metas que nós tínhamos. As metas que tínhamos para 2013 já serão alcançadas no final de 2012”, declarou. O órgão mais esperado atualmente no país é o rim. Há 19 mil pessoas na fila de espera, segundo informou o ministro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

PE criará unidade especializada em atendimento de transexuais

O Estado de Pernambuco, condenado pela Justiça a pagar uma operação de troca de sexo a uma pessoa nascida como mulher e já registrada legalmente como homem, anunciou nesta quarta-feira que criará um centro especializado para esse tipo de cirurgias. O secretário de Saúde de Pernambuco, Antonio Carlos Figueira, assinalou em comunicado que essa unidade, que funcionará dentro de um hospital público, atenderá transexuais e travestis femininos e masculinos. A unidade oferecerá tratamento hormonal, cirurgias plásticas, atendimento psicológico e cirurgia de mudança de sexo, entre outros serviços Embora em 2008 o governo federal tenha aprovado um decreto que obriga os hospitais públicos a oferecer gratuitamente cirurgias de mudança de sexo, a decisão das autoridades pernambucanas parece ter sido motivada por uma recente decisão judicial que obriga o governo a pagar a operação de um cidadão do Estado. O beneficiado é o professor de educação física Alexandre Emanuel, 45 anos, que nasceu com a genitália feminina, mas que há mais de 13 anos adotou identidade masculina. Ele será operado em um hospital de Goiás, pois em Pernambuco não há médicos especializados para esse tipo de intervenção. Emanuel, que já tem uma aparência de homem graças a tratamentos com hormônios e algumas cirurgias plásticas, já obteve o direito de registrar seu nome masculino. Só o que lhe falta para completar o processo de transformação é a implantação de um pênis. O Estado de Pernambuco ainda não se pronunciou sobre a decisão judicial alegando não ter sido notificado, mas a Secretaria de Saúde esclareceu que quem desejar mudar de sexo já não terá que viajar para outra cidade para fazê-lo. O centro especializado funcionará em um hospital público ainda não definido e iniciará operações em seis meses, segundo Figueira. Segundo a diretora de Políticas Estratégicas da Secretaria de Saúde, Andreza Barkokebas, o novo centro especializado transformará Pernambuco no segundo Estado do Brasil, depois de São Paulo, a contar com uma unidade de referência para mudança de sexo com certidão do Ministério da Saúde. A secretaria de Saúde esclareceu que o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) chegou a oferecer cirurgias de mudança de sexo, mas teve que suspender esse serviço há seis meses por falta de médicos especializados