sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Técnica com luz pode evitar derrames cerebrais

Técnica com luz pode evitar derrames cerebrais


Cerca de um terço dos pacientes que sofreram derrame cerebral, internados em um hospital, sofrem um outro derrame.
E até hoje não existe uma técnica que permita que os médicos monitorem continuamente seus pacientes para avaliar esse risco.
A esperança está surgindo pelas mãos de uma equipe da Clínica Mayo (EUA).
A equipe do Dr. William Freeman desenvolveu um pequeno aparelho que, colocado na testa de uma pessoa, monitora os possíveis acidentes vasculares cerebrais (ou derrames cerebrais).
O novo equipamento pode finalmente dar aos médicos uma forma segura e barata de monitorar, em tempo real, os pacientes internados.
O dispositivo mede o oxigênio no sangue, de forma similar a de um oxímetro de pulso.
Ele é totalmente não-invasivo, emitindo um feixe de luz em uma faixa do espectro que não é visível ao olho humano, chamado infravermelho próximo.
O aparelho é colado com um esparadrapo sobre a testa do paciente.
A técnica, batizada de espectroscopia frontal no infravermelho próximo (NIRS -frontal near-infrared spectroscopy) foi apresentada na edição de 1 de fevereiro do jornal Neurosurgical Focus.
"Esperamos que essa ferramenta ofereça um benefício significativo aos pacientes, ao ajudar os médicos a detectar derrames cerebrais precocemente e ter um melhor controle da recuperação", disse o Dr. Freeman.
Riscos dos exames
Atualmente, na maioria dos hospitais, são os enfermeiros que monitoram os pacientes para prevenir novos derrames cerebrais.
E, se houver suspeita de que um possa ocorrer, o paciente é removido para a unidade de radiologia do hospital, onde passa por um teste chamado tomografia computadorizada de perfusão, que é o método padrão de medir o fluxo e oxigenação do sangue.
Essa tomografia requer o uso de um meio de contraste e todo o procedimento pode, algumas vezes, causar efeitos colaterais, tais como exposição excessiva à radiação, se repetições da tomografia forem necessárias.
Além disso, o meio de contraste pode causar danos aos rins e às vias respiratórias.
Para os pacientes em estado mais grave, os médicos podem inserir uma sonda de oxigênio no cérebro, para medir o fluxo de sangue e de oxigênio.
Mas esse procedimento é invasivo demais e mede apenas uma área limitada do cérebro, diz o Dr. Freeman.
Alcance limitado
A luz que o novo aparelho emite, na faixa do infravermelho próximo, penetra pelo couro cabeludo e tecidos cerebrais subjacentes.
A equipe projetou um estudo para comparar as medições do NIRS e da tomografia computadorizada de perfusão em oito pacientes que sofreram derrame cerebral.
Os resultados mostraram que os dois exames oferecem resultados estatisticamente similares, embora o NIRS tenha um campo mais limitado para a medição do oxigênio e do fluxo do sangue.

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